Escolha abaixo:
Considere quem Deus colocou em sua vida. Quem se senta junto a você em seu pequeno grupo ou fica nervosamente quieta ao seu lado em um estudo bíblico para mulheres? Deus colocou pessoas específicas em seu caminho porque ele quer que você seja suas mãos e pés. Ele quer que você represente sua compaixão para com a alma fraca e ferida dessas pessoas. Deus nos chama a olhar para sofredores específicos. Para quem ele está atraindo você?
As estatísticas que mostram a natureza generalizada desse problema podem nos sobrecarregar ou nos tornar insensíveis. Ou talvez você esteja lendo este livro porque está preocupado com uma pessoa em particular. Se o seu interesse neste tópico é mais geral, no entanto, sugiro que peça a Deus para ajudá-lo a ver a quem ele o está direcionando à medida que você ler este livro. Somos chamados a ajudar pessoas específicas — e essa é uma realidade fundamental.
“Uma vez que as estatísticas dentro de nossas igrejas são as mesmas de fora delas, podemos calcular que em uma igreja com 160 mulheres, quarenta sofreram algum tipo de abuso físico ao longo de sua vida, e vinte atualmente sofrem abuso físico. Se considerarmos o abuso emocional, o número de vítimas explode. Isso significa que muito provavelmente cada um de nós tem perpetradores e vítimas em nosso meio.
Embora seja difícil de acreditar nessas estatísticas, é essencial admiti-las. Quando considerei as estatísticas pela primeira vez, elas me chocaram. Então, pensei nos casos que conheço em minha própria igreja e, infelizmente, os números soaram muito verdadeiros. Mesmo se cortarmos essas estatísticas pela metade para acomodá-las à nossa descrença, os números permaneceriam impressionantes — até mesmo perturbadores — e nosso chamado para oferecer ajuda permaneceria inalterado.”
“Deus, porém, não está meramente preocupado com o julgamento preciso daqueles que praticam o mal. Seu interesse pela justiça vai além de julgar os perpetradores. Ele também nos chama a intervir em favor dos aflitos.
Fazei justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e o desamparado. Socorrei o fraco e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. (Salmo 82. 3–4)
Deus nos dá ordens claras e diretas: faça justiça, proceda retamente, socorra e liberte. Não é pouca coisa o que ele requer de nós. Ele implora para que nós, como seu povo, ajudemos a resgatar os fracos e oprimidos. Os capítulos seguintes o ajudarão a responder a esse chamado.”
Os opressores não apenas carecem de empatia e punem os outros. Por trás das seis crenças básicas que estão na raiz da presunção e dos comportamentos prejudiciais que ela causa, está a distorção mais significativa e prejudicial de todas: um problema de adoração. Os opressores se veem como o centro de seu mundo; seus corações dizem: “Fui criado para ser adorado, não para adorar”. Mas Deus é o centro de todas as coisas. Ele nos criou para adorá-lo. Então, quando “Eu, eu, eu!” governa tudo, Deus é destronado, a adoração é impedida e o crescimento cristão é atrofiado.
Os opressores exigem que todas as demais pessoas se devotem a eles — não a Deus. Eles fazem isso de três maneiras:
1. Eles exigem ser “adorados”.
Os opressores possuem a crença funcional de que devem ser o único objeto de preocupação e cuidado dos outros. Suas necessidades e desejos são os mais importantes, e os outros devem renunciar seus próprios desejos e preferências a fim de servi-los.
2. Eles exigem obediência dos outros.
Eles estabelecem regras que contribuem para seu próprio conforto e esperam que seus cônjuges cumpram essas regras. Quando as regras são violadas, os opressores respondem não com a graça perdoadora do nosso único e verdadeiro Deus, mas com a ira ardente de quem se sente ofendido e legitimado em sua punição.
3. Eles não têm obrigações para com ninguém.
Os opressores ignoram o chamado de Deus para amarmos nosso próximo como a nós mesmos (cf. Mt 22.37–39), e se sentem justificados nisso. Os outros devem amá-los — mas eles não amam reciprocamente. Seu casamento não se baseia em cuidado mútuo, porque um dos cônjuges submete o outro a desejos, expectativas e exigências implacáveis.
Por isso, quando a questão da separação surge para as mulheres a quem ajudo, faço tudo o que posso para trabalhar com a liderança de sua igreja. Se possível, você deve fazer o mesmo. Às vezes, quando as vítimas têm de sair de casa por estarem em perigo iminente, não é seguro imediatamente envolver outras pessoas em sua separação. Porém, mesmo nesses casos, depois de elas fugirem, eu me volto às igrejas locais das vítimas para ajudá-las a explicar por que decidiram fazê-lo. Eu também procuro envolver as igrejas em seu pastoreio, cuidado e proteção.